sábado, 1 de agosto de 2009

Novos Olhos.

Capítulo 1: Uma linda garota

Mas uma manha calma aqui em Bretagne.
- Sério Sam, ainda bem que esse é nosso último ano aqui nessa escola!
- É Teddy, não dá mesmo pra acreditar, logo mais estaremos na faculdade. Um sonho não é mesmo?!
- Claro!
O sinal tocou, eu e Teddy caminhamos juntos até a sala de aula.
Três longas aulas, sendo duas de inglês e uma de química. Finalmente chegou o intervalo.
Teddy e eu nos unimos ao resto da turma, passamos todo o intervalo conversando sobre a faculdade, e quando estávamos voltando à sala parei para vislumbrar aquilo.
Ela era realmente linda tinha a pele branca como às nuvens, os cabelos negros em um scene hair perfeito...
- Sam vamos.
Entrei na sala.

Capitulo 2: Pensando nela

Meu quarto sempre foi meu lugar favorito, ele era branco, tinha uma cama de casal – que nunca estava arrumada – um guarda roupa preto, um computador e uma estante com livros e CDS.
Bateram na porta.
- Entra.
- Hey cara.
- Fala Teddy.
- Calma aí, escutando Beatles? Você só os ouve quando algo está te incomodando, vai pode começar a falar.
É eu não gostava de admitir mais Teddy me conhecia melhor do que eu.
- Sabe é uma menina nova lá da escola, não sei se você a viu, mais ela mexeu comigo.
- Uma de scene?
- Isso ela. O que eu não entendo é porque ela usava óculos de sol se o céu estava nublado...
- Eu não sei se você sabe gênio, mais abriram uma sala na escola para deficiêntes visuais.
- Ela é cega?
- Acho que sim
- Mais ela é linda!
- E por que ela é cega ela deveria ser feia?
- Não foi isso o que eu quis dizer – ou talvez tenha sido, é que ela era tão linda que chegava a ser perfeita, por isso não conseguia imaginá-la cega – será que ela é muda também?
Teddy ria ao mesmo tempo que respondia minha pergunta.
- Eu acho que não. E se você esta tão interessado, por que não chega nela amanhã?
- É talvez eu faça isso!
Não discutimos mais sobre ela, e fomos jogar vídeo game.

Capitulo 3: A primeira conversa.

Aquela manha cheguei mais cedo na escola, e por sorte a encontrei sentada em um dos bancos de entrada.
- Tem alguém aqui nesse lugar?
- Não pode sentar.
A voz dela era encantadora seus lábios eram vermelhos e finos.
- Está frio hoje não?
- Eu gosto do frio.
- Será que vai chover? – Ela usava os óculos de sol, me senti um completo idiota por fazer essa pergunta, mais ainda tinha esperança que ela podia sim, enxergar.
- Não sei – ela sorriu e covinhas apareceram em seu rosto – é que infelizmente não posso ver o céu!
- A me desculpe, sou um perfeito otário.
- Não precisa se desculpar, como é seu nome?
- É Sam.
Ela ergueu a mão e eu a segurei.
- O meu é Annie. Você esta mesmo com frio não é?
- Minha mão esta tão fria assim?
- Sim...
O sinal sempre ele, tocou interrompendo aquele momento.
- Hora de ir pra sala Sam.
- Você sabe ir sozinha?
- Sim. Bom na verdade ás vezes os funcionários nos ajudam a chegar até ela.
- Eu posso te levar hoje?
- Claro!
Mas uma vez Annie sorriu.

Capitulo 4: Annie é o assunto.

Estava caminhando mas Teddy de volta pra casa.
- E aí você não me disse como foi hoje, com ela...
- Ah – eu suspirei – ela é demais, é cega mais não é muda.
- E pelo jeito você esta caidinho por ela.
Eu particularmente detestava quando Teddy dava aquela risada, ele parecia maluco.
- Você não vai me entender, ela é diferente de todas as outras, não por ser cega, mas por parecer um anjo.
- Não ficarei surpreso em te ouvir dizer estar apaixonado por ela...
- Posso não estar apaixonado, mas ela é viciante.
Faltava pouco pra chegar à minha casa, fomos caminhando em silêncio meu pensamento voava enquanto lembrava a voz o sorriso as covinhas e o toque de Annie e Teddy bom, não faço idéia do que se passava em sua cabeça loira.
- É chegamos vai almoçar aqui?
- Sim.
Mal entramos na sala e o cheiro das panquecas fez meu estômago roncar.
- Hey garotos
- Oi mãe. Não vai pra loja hoje?
- Sim mais só as duas horas. Fiz panquecas e tem suco na geladeira, eu vou pro meu quarto pode ficar a vontade Teddy.
- Opa sempre dona Cecílie.
Teddy era realmente muito bem vindo em minha casa. Nós éramos amigos há nove anos.
- Depois do almoço dever ok?!
- Claro Teddy e depois vídeo game certo?!
- Claro.
Vídeo game nosso hobby preferido!

Capitulo 5: Mãos frias

Eu nem dormi aquela noite, estava louco pra ir pra escola. Demorou um pouco pra amanhecer, e quando marcava seis e quinze no relógio me troquei depressa, comi e fui encontrar meu anjo.
Ela estava novamente sentada naquele banco.
- Posso sentar ao seu lado?
- Sim. Pega minha mão?!
Eu toquei seus dedos.
- Oi Sam.
- Como você faz isso?
- As suas mãos são as mais frias que eu já toquei.
- Então isso não é tão ruim, não é mesmo, você me disse que gosta do frio...
Ela segurou minha mão com mais força e deu aquele sorriso com covinhas do lado que me fascinava.
- Falta muito para tocar o sinal?
- Sim Annie, você não gosta mesmo da minha companhia neh?
- Não. É porque vamos ter mais tempo pra conversar...
- Ufa. Então você pode começar me falando sobre você.
- O que quer saber Sam?
- Tudo!
- Ok. Bom meu nome é Annie Potier, fiz 16 anos, me mudei pra cá o ano passado mas sempre morei em Alsace - ela abaixou a cabeça e soltou minha mão – o que você quer saber vem agora...

Capítulo 6: Como aconteceu

O sol irradiava por todos aqueles bancos da escola, estávamos sentados em um deles, mas a grande árvore atrás impedia que os raios do Sol nos alcançasse. Annie cruzou os braços.
- Tinha completado dez anos, eu e mais uns amigos brincávamos de esconde-esconde no bosque. Era minha vez de procurar, entrei correndo em uma roseira, não vi a pá no chão e acabei tropeçando. - Nessa hora ela apertou o braço – tudo ficou escuro, meus pais gritaram quando me colocaram de pé, e eu senti algo quente escorrer pelo meu rosto. Depois só me lembro de acordar em uma cama, ouvia a voz dos meus pais mais não conseguia vê-los. O que eu não queria havia mesmo acontecido tinha acabado de perder completamente a visão.
Ela parou para respirar, eu esperei.
- Foi difícil sabe, eu não queria aceitar desejei mil vezes morrer do que ser cega. Mas o tempo passou, e acabei me acostumando. Agora estou aqui.
Por um momento agradeci por ela não poder ver, pois a expressão em meu rosto era realmente de pena.
- Annie eu nem sei o que dizer, éh...
Ela procurou meus lábios com seus dedos.
- Não diga nada Sam! – Ela sorriu, mas não foi algo forçado foi um sorriso calmo e sincero – sabe antes de tropeçar eu olhei para o céu, ele estava azul bebê o sol estava coberto por uma nuvem branca, ela tinha forma de coração...
Derrepende ela voltou há ter dez anos novamente, as maças no seu rosto estavam vermelhas e ela estava brincando com seus dedos.
- Sabe Annie, hoje o céu está azul cor do mar, o sol está bem forte e amarelo, as nuvens brancas como a neve dançam sobre o céu imenso!

Capitulo 7: Quero ser seus olhos

O tempo insistia em passar devagar, já estava incomodado dormi na penúltima aula pra ver se assim ia mais rápido, e acho que funcionou.
O sinal mal havia batido e eu já sai correndo para encontra- lá.
- Annie!
- Sam, tudo bem? Sua voz está estranha...
- Tudo bem sim, é que eu estava correndo. Bem, quer almoçar comigo?
- Hoje?
- Sim ou claro se você puder neh!
Uma moça muito bem vestida de cabelos negros e curtos se aproximou.
- Filha vamos.
Por um momento senti minhas pernas tremerem, não por medo da mãe de Annie, mas por levar um não como resposta ao meu convite.
- Oi mãe. Esse é o Sam, me chamou pra almoçar com ele... Posso?
A senhora Potier me olhou dos pés a cabeça.
- Onde você quer levá-la?
- No restaurante ali da rua de cima.
- Ok eu deixo, mas levo vocês de carro e busco certo?
- Como à senhora achar melhor.
Entramos na caminhonete da mãe de Annie e quando chegamos ao restaurante ela avisou que estaria lá de volta em uma hora.
Escolhi uma mesa mais afastada e me sentei bem perto dela.
- Annie posso te pedir uma coisa?
- Pode.
- Posso ser seus olhos de hoje em diante?
- O quê? – ela ria como se eu tivesse acabado de contar uma piada – tudo bem, você quer ser meus olhos, então me diga como é esse lugar.
- Ele é grande todas as mesas tem quatro cadeiras, em cima das mesas tem uma toalha branca, o lugar não esta muito cheio, aqui do lado direito tem uma janela de vidro que da pra ver a rua e acabou de passar um carro vermelho, bem na nossa frente tem uma senhora de cabelos brancos num coque fazendo tricô!
- Uau, e ela têm cara de ser chata?
- Não tem cara de ser uma senhora bondosa, mas suas rugas me dão medo...
Nós dois caímos na gargalhada, almoçamos e fomos embora.

Capitulo 8: Primeiro Beijo

Duas semanas se passaram assim:
Todas as noites eu ligava pra Annie, ficávamos juntos na escola, sempre que podíamos almoçávamos juntos também e nos fins de semana saia com meus amigos.
Hoje era sexta e não haveria aula, estava no meu quarto quando a campanhia tocou.
- Nossa Annie você aqui em casa.
Eu estava realmente surpreso, ela tinha meu endereço, mas nunca havia me visitado.
- Você vai sair?
- Não pode entrar.
Ela deu um beijo em sua mãe e eu a levei até meu quarto.
- Como estou Sam?
- Linda!
Ela estava com os óculos, seu cabelo perfeitamente arrumado a franja pressa. Usava uma blusa branca onde estava escrito I Love Music, um short preto de seda nem tão curto, nem tão grande e um sapatinho branco com um lacinho em cima. A curiosidade bateu.
- Annie quem te veste?
- Minha prima, ela mora comigo. Onde nós estamos?
- No meu quarto.
Ela abriu a boca surpresa, eu logo me adiantei.
- Quer ir pra outro lugar?
- Não tudo bem. O que estava fazendo antes que eu chegasse?
- Bem eu ia começar a arrumá-lo... Ele realmente precisa de uma faxina.
- Eu deveria ter ligado, não quero te atrapalhar.
- A não deixa disso, mas o que veio fazer aqui?
Ela sorriu sem graça.
- É que não consigo mais ficar longe de você.
Uma onda quente passou pelo meu corpo, eu realmente adorei ouvir aquilo. Me aproximei dela, passei levemente as mãos por seus cabelos até suas bochechas, então apertei minhas mãos com as dela. Annie ficou muito vermelha.
- Ai, você esta com vergonha?
Eu sorri.
- Um pouco, é que nunca fiquei sozinha assim com um garoto.
- Eu posso te deixar mais envergonhada?
Ela não respondeu. Então peguei suas mãos e coloquei na minha cintura. Passei meus dedos por seus braços e subi até alcançar sua nuca. Fui chegando cada vez mais perto, cada vez mais devagar. Annie mal respirava, então bem de leve juntei nossos lábios.
E aquele foi o melhor beijo que havia dado em uma garota.

Capitulo 9: Azuis são seus olhos.

Como já era de costume os fins de semana eu passei com meus amigos, mas ligava pra Annie todo momento.
Segunda-feira chegou rápido. Fui feliz pra escola, mas não a encontrei lá. Liguei em sua casa.
- Alô, oi senhora Potier, é o Sam. Onde a Annie está?
- Annie se sentiu mal hoje e não vai para a escola.
- Hum, obrigado!
Sem pensar duas vezes peguei o ônibus e fui até a sua casa. Senhor Potier que atendeu:
- Posso ajudar?
- Oi eu sou o Sam.
Essa foi a primeira vez que havia visto o pai de Annie, mas quando disse meu nome ele já parecia saber quem eu era.
- Sam. Entre.
Ele me levou até o quarto. Annie estava deitada. Fui até seu lado na cama e beijei sua testa.
- Oi, como você está?
- Bem Sam. Você não deveria estar na escola?
- Você é mais importante! O que você tem?
- Não se preocupe, foi só uma dor de cabeça.
A mãe de Annie entrou no quarto.
- Olha seu pai e eu vamos na sua tia, mas já voltamos, você cuida dela pra mim Sam?
- Claro.
Ela sorriu pra mim e fechou a porta.
- Minha mãe gosta de você Sam.
- Sério isso é bom...
- Muito.
Ficamos um momento em silêncio, eu encostei minha cabeça em seu ouvido.
- Eu já te amo tanto Annie.
- Também te amo Sam.
- Me deixa fazer uma coisa?
Ela balançou a cabeça, levei minhas mãos até seus óculos, ela recuou.
- Não Sam, isso não.
- Por quê?
- Eu não quero que você veja, deve ser horrível.
- Por favor?
Eu tirei seus óculos, ela fechou os olhos e eu os beijei de leve.
- Eu te amo mesmo Annie, nada vai mudar, não precisa agir assim.
Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, e ela abriu os olhos, eles eram azuis, completamente azuis, só que no canto dos seus dois olhos tinha um ponto preto, certamente fora ali que os espinhos haviam entrado.
- Não precisa chorar, você é perfeita.
- Muitas pessoas se sentem mal em me ver sem os óculos.
- São todos uns estúpidos. Isso não me incomoda.
- Você é demais Sam!

Capitulo 10: O toque das mãos.

O quarto de Annie era bem espaçoso e muito bem arrumado.
- Sam, agora eu quero fazer uma coisa.
- Ok. Vá em frente.
Ela colocou as mãos em meus cabelos, desceu até meu rosto passou um dedo de leve em minha boca, continuou descendo, foi do meu pescoço ao meu peito e parou na cintura nesse momento eu já havia esquecido como era respirar.
O silêncio inundou o quarto eu segurei sua nuca e a beijei, Annie continuava a tocar meu corpo. Eu desci minha mão de leve até sua cintura e as mãos de Annie se encontravam em meus cabelos. Ambas as respirações ficaram ofegantes e os beijos cada vez mais intensos.
Eu não sabia se estávamos fazendo a coisa certa, mas continuamos, e a deitei de leve. A boca de Annie era a mais macia das bocas que eu havia beijado. Minhas mãos alcançaram suas pernas. Annie respirou fundo e me afastou.
- O que estávamos fazendo?
Ela perguntou com um sorriso.
- Não faço idéia, mas estava muito bom.
Senti meu corpo queimar e Annie ficou vermelha como tomate.
- Ok Sam – ela disse tentando mudar de assunto – você ainda é meus olhos certo?
- Sempre!
- Me diga como você é e como está.
- Olha eu sou branco, até demais, meus cabelos são pretos e meus olhos castanhos claros. Estou com as madeixas bagunçadas – sorri bagunçando ainda mais – sério gosto de usar meus cabelos assim, estou com uma blusa branca, uma calça jeans escura e com um tênis de skatista branco. Que na verdade está um pouco sujo...
- Você deve ser lindo! Sabe, eu sei que não estou pronta, mas realmente queria que você fosse o primeiro...
O assunto me pegou de surpresa, engoli umas três vezes em seco procurando as palavras. Mas fomos interrompidos pela senhora Potier.
- Olá crianças, voltamos!

Capítulo 11: Uma preocupação

Na terça-feira Annie novamente não estava na escola. Mas dessa vez eu fiquei até terminar as aulas. Teddy gritou.
- Hey Sam vamos?
- Teddy eu não vou pra minha casa agora.
- Onde ta indo?
- Vou ver a Annie, e, por favor, avisa minha mãe por mim Ok! Até mais tarde.
Peguei o ônibus e fui.
- Oi?! – Era a prima dela.
- Oi sou Sam vim ver a Annie.
- Ah, o Sam, pode entrar.
Annie estava mais uma vez na cama.
- Annie o que você tem?
- Sam você está nervoso?
Ela fez uma careta.
- Nervoso não, só preocupado... De novo a dor de cabeça?
Ela fez que sim. Eu saí do quarto, respirei fundo e entrei na sala.
- Senhora Potier, posso falar com você?
- Claro Sam.
- Isso não é normal, sabe essas dores de cabeça, olha eu amo a Annie, to preocupado, ela tem que ir ao médico, a gente tem que saber...
Ela se levantou me interrompendo.
- Sam, calma Ok! Eu sei o quanto você a ama, eu também estou preocupada. Ela vai fazer um exame hoje.
Ela se sentou, eu fechei os olhos por um momento e voltei para o quarto. Annie estava em pé, cheguei mais perto e a abracei!

Capitulo 12: Juntos na praia

Fui com Annie a clínica para os exames, quando saímos de lá a senhora Potier não nos levou pra casa.
- Bem Sam, acho que você e Annie precisam de um momento a sós. Venho buscá-los depois Ok?!
Eu e Annie descemos da caminhonete.
- Sam – Annie disse com a aparência assustada – onde estamos?
- Você realmente não faz idéia, sua mãe nos trouxe a praia. E sabe o que é melhor?
- O quê?
- Está fazia...
Eu a levei até o mar, ela sorria, a felicidade estava estampada em seu rosto, brincamos e nos sentamos na areia.
- Nossa, nem me lembro da última vez que vim à praia...
- Eu me lembro – ela disse sorrindo - a última vez que vim estava com nove anos. Mas a primeira vez que vi o mar eu tinha cinco.
- O seu scene desmanchou.
Passei a mão por seus cabelos.
- Ain que droga – ela disse afastando minha mão – deve estar à coisa mais linda.
Eu ri da sua ironia.
- Não esta a coisa mais linda, mas pra mim ta bom.
Ela empurrou o braço em minha direção, eu o segurei e beijei sua boca.
Sua testa franziu e pequenos traços de preocupação apareceram em seu rosto.
- Que foi?
- Qual será o resultado do exame?
- Ah, é isso... Não vai ser nada você vai ver.
- E se for Sam?
- Calma Annie, não fica assim não, seja o que for vamos passar por isso juntos, e no fim vai dar tudo certo.
- Estou com medo Sam...
Passei meu braço por seus ombros e beijei sua testa, esse também era meu medo, mais não queria vê-la triste, não naquele momento.
- Annie, o mar está calmo e a água é verde, o sol esta se pondo, isso é realmente lindo, no céu tem uns riscos rosa com vermelho. Acho que a noite está chegando.

Capitulo 13: Um pequeno tumor

Minha preocupação com o resultado não me deixava em paz, depois da aula fui direto pra casa de Annie.
A mãe dela quem atendeu.
- Oi e aí?
- Senta Sam, a gente precisa conversar.
Ela respirou.
- Agora mais do que nunca nós devemos ficar do lado dela, ela precisa de nós...
A raiva tomou conta de mim.
- Fala logo.
Eu me alterei. Ela me olhou assustada.
- Desculpa, eu não queria gritar com a senhora.
- Tudo bem, todos estamos com os nervos a flor da pele. Bom a Annie tem um tumor no cérebro, da pra tirar com cirurgia mais é arriscado...
Minha cabeça girou, era como se alguém tivesse me dado um soco no peito.
- Ela já sabe?
- Sim
- Onde ela está?
- No quarto.
Eu corri até lá, ela estava dormindo eu parei e fiquei observando ela respirar, então deitei ao seu lado.
- Você apareceu do nada e entrou na minha vida. Já não sei mais como é viver sem ouvir sua voz. – Cheguei mais perto do seu ouvido e cantei – Te amo tanto que nem sei, fica difícil explicar, faltam palavras pra dizer só não da pra esconder a paixão em meu olhar.
Parei de cantar quando percebi que ela havia acordado.
- Meu Sam. O garoto das mãos frias. Eu também te amo muito. Viver sem você não deve ter graça
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
- Vai dar tudo certo Annie.
- Eu sei que vai!

Capitulo 14: Uma cirurgia

O tempo passou voando, Annie foi para a clínica, eu, minha mãe, Teddy, os pais de Annie e sua prima, estávamos na sala de espera.
A cirurgia durou nove horas. E então o médico apareceu.
- Bom, venho com grande felicidade dizer que a cirurgia foi um sucesso.
Uma onda de felicidade passou pela sala.
Eu, minha mãe e Teddy fomos pra casa de carro, pois Annie só receberia visitas no outro dia.
A felicidade era tanta que eu nem consegui dormir, o relógio marcava oito e meia. Peguei o celular e liguei pra mãe de Annie.
- Oi Sam.
- Senhora Potier a Annie esta acordada?
- Sim eu estou com ela agora. Calma aí...
- Sam é a Annie.
- Amor, olha eu sabia que ia dar certo – eu mal conseguia falar – Como você esta?
- Estou me sentindo ótima. É muito bom ouvir sua voz.
- Eu digo o mesmo.
- Preciso de você aqui Sam...
- Vou só tomar um banho e já vou ok?!
- Ok... Sam eu te amo!
- Também te amo Annie! Ate daqui a pouco.
Desliguei o telefone e depois do banho fui até minha mãe.
- Mãe posso usar seu carro pra ir até a clínica?
- Com cuidado?
- Claro dona Cecílie.
- Pode ir.
Peguei o carro e fui a caminho da clínica, parei no primeiro sinal vermelho e mandei uma mensagem de voz pra Annie no celular da sua mãe.
“Estou no trânsito, mas agora está tudo calmo pelas ruas. Tem vários pássaros no céu, o sol já se pôs, tem várias nuvens brancas salpicando o céu azul, e uma delas tem formato de coelho. Eu já estou chegando. Te amo muito muito!”
Guardei o celular no porta luvas e um caminhão atravessou no sinal vermelho, foi tudo muito rápido o carro começou a girar, me lembrei do rosto de Annie e tudo se apagou.

Capitulo 15: Um fim
*Contado por Annie.

- Filha chegou essa mensagem pra você.
Eu escutei com alegria era bom saber que ele estava a caminho eu esperei, esperei, esperei... Ele não chegava. Minha mãe entrou no quarto.
- Filha como você esta se sentindo?
Tinha angústia e tristeza em sua voz.
- Bem mãe, o Sam já chegou?
- Ele não vem.
Ela soluçou.
- Você esta chorando? O que esta acontecendo?
Eu estava desesperada minha mãe se sentou ao meu lado e me abraçou.
- Quando ele estava vindo um caminhão atravessou no sinal vermelho e bateu contra o carro dele. O Sam foi levado para o hospital, mas... Chegou lá sem vida.
Nesse momento eu fiquei parada como uma estátua não falei, não chorei... Minha mente vagou, me lembrei da voz dele, da frieza de suas mãos do calor de seus beijos.
Minha mãe me abraçou mais apertado, eu a ignorei me afundei na cama e toquei meus olhos.
Pela segunda vez eu os havia perdido!